Osvaldo Aranha

23-11-2010 15:06

 

 
Osvaldo Aranha
Osvaldo Aranha
Governador do Rio Grande do Sul Rio Grande do Sul
Mandato: de 9 de outubro de 1930
a 27 de outubro de 1930
Precedido por: Getúlio Vargas
Sucedido por: Sinval Saldanha

Nascimento: 15 de fevereiro de 1894
Alegrete, Rio Grande do Sul
Falecimento: 27 de janeiro de 1960 (65 anos)
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Partido: PRR
Profissão: advogado
 

Primeiros anos

Filho de Luísa de Freitas Vale, por quem foi alfabetizado, e do coronel da Guarda Nacional e fazendeiro Euclides de Sousa Aranha, dono da estância Alto Uruguai, em Itaqui (interior do Rio Grande do Sul). Passou a infância em Alegrete, cidade à qual seu avô teria fundado.

Cursou, no Rio de Janeiro, o Colégio Militar e a Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também estudou em Paris antes de advogar em seu estado natal e de ingressar na política.

Em 1923, quando explodiu a luta fratricida entre "chimangos" (aliados de Borges de Medeiros — presidente da província) e "maragatos" (opositores à sua quinta reeleição), chegou a pegar em armas e lutou a favor do sistema republicano de Borges de Medeiros.

Em 1925, foi intendente de Alegrete. Então, introduziu muitas modernizações, como, por exemplo, a excelente rede de esgotos da cidade. Com sua peculiar diplomacia, conseguiu a paz entre as famílias separadas pelos conflitos políticos de 1923.

Dois anos mais tarde era eleito deputado federal. Em 1928, tornou-se secretário do Interior, onde dedicou grande esforço para obras educacionais.

Projeção internacional

Placa em memória de Osvaldo Aranha em Jerusalém.

No processo de envolvimento brasileiro à Segunda Guerra Mundial, Aranha teve papel fundamental, representando no governo a ala pan-americanista, defendendo uma aliança com os Estados Unidos sempre em oposicão aos chefes militares, capitaneados, principalmente pelo ministro da Guerra Eurico Gaspar Dutra, que eram partidários de uma aproximação com a Alemanha.

Na Conferência do Rio, em janeiro do 1942, presidida por Osvaldo Aranha, o Brasil, e todos os países americanos decidem por romper as relações com os países do Eixo menos Argentina e Chile, que o fariam posteriormente. A decisão foi uma vitórias das convicções pan-americanas de Aranha.

Em 1944, Aranha se demite do cargo de chanceler, após ser enfraquecido dentro do governo e pelo fechamento da Sociedade dos Amigos da América, do qual era vice-presidente. Para muitos observadores da época, Aranha era o candidato natural nas eleições de 1945, mas a parca base política e a fidelidade a Vargas o impediram de disputar as eleições.

Voltou a cena política em 1947, como chefe da delegação brasileira na recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU). Presidiu a II Assembléia Geral da ONU que votou o Plano da ONU para a partição da Palestina de 1947, que culminou na criação do Estado de Israel, fato que rendeu a Aranha eternas gratidões dos judeus e sionistas por sua atuação.

Em 1953, no segundo governo Vargas, voltou a ocupar a pasta da Fazenda e introduziu reformas com o objetivo de estabilizar a situação caótica econômica que o país enfrentava. Com a morte do amigo Vargas, Osvaldo Aranha se retira do governo e passa a dar atenção aos seus negócios pessoais e à advocacia. No governo Juscelino Kubitschek, retorna à ONU, à frente da delegação brasileira, para fechar com êxito sua carreira política.

Na noite do dia 27 de janeiro de 1960, Osvaldo Aranha faleceu em sua residência. Sua morte causou grande comoção tanto no Brasil como no mundo. Seu enterro, acompanhado por milhares de pessoas, reuniu os maiores nomes da política brasileira, entre eles o presidente Juscelino Kubitschek (que, inclusive, foi um dos que carregaram o caixão de Aranha), Tancredo Neves e Horácio Lafer.

Por ter sido um dos articuladores da criação do estado de Israel foi homenageado emprestando seu nome a uma rua em Tel Aviv, Israel. Pelo mesmo motivo, há também uma rua com o seu nome em Bersebá, Israel, localizada no Campus da Universidade Ben-Gurion do Negev.

Voltar